~ domingo, junho 29, 2003
Entre nossos olhares
silêncios
mal-entendidos
saudade
já.
~ segunda-feira, junho 23, 2003
Graças à Nat, resolvi o problema dos acentos aqui no blog. Quem se viu de uma hora pra outra obrigado a usar o blogger novo (ou seja, quem hospeda no blogspot), só precisa ir em Settings, clicar em Formatting, em language marcar Português (Brasil) e em Encoding marcar Western - Windows 1252.
~ sábado, junho 21, 2003
Tem link novo ali do lado. É o Cafundó, da Mari, que no momento foi invadido por lindos desenhos do Fellini, o gato.
E na última quinta foi aniversário do Chico, que volta e meia tem letras postadas aqui.
~ quarta-feira, junho 18, 2003
Hoje é aniversário do Paul McCartney, e nunca é muito lembrar do meu beatle preferido.
~ terça-feira, junho 17, 2003
Sobre a saudade
É sempre pior pra quem fica, e você me entenderia, talvez, se tivesse que conviver com as lembranças em bares, janelas, paisagens. É como se faltasse alguma coisa, como se você tivesse sempre estado ali, naquele bar sujo, na lanchonete da esquina, no restaurante descolado, tomando água de coco na praia.
Ainda ouço o barulho da persiana no parapeito da janela - aberta, para o vento entrar - e a sua voz, o sotaque e as expressões engraçadas, você maravilhado com as pequenas bobagens de Copacabana e arredores, deslumbrado com o Rio de Janeiro inteiro.
Triste é lembrar do sorriso sobre a mesa ou o sofá, da ida à praia de Ipanema que nunca aconteceu porque você sempre queria dormir um pouco mais. Dá saudade também dos sebos da Rio Branco que a gente não visitou, do samba na Lapa em que a gente não foi, e quando eu passo por todos esses lugares às vezes imagino como teria sido se tivéssemos ido.
É certo que os romances acabam, mas, como você mesmo um dia disse, o Rio é infinito, e nesse infinito parece que a saudade que eu tenho é grande demais, então o que me resta é suportar a falta que você faz a cada canto dessa cidade, até o dia em que eu possa acordar e ouvir a sua voz adiar mais uma vez a ida à praia de Ipanema.
~ segunda-feira, junho 16, 2003
One is the loneliest number
That you'll ever do
Two can be as bad as one,
it's the loneliest number since the number one
"No" is the sadiest experience you'll ever know
Yes, it's the sadiest experience you'll ever know
Because one is the loneliest number
That you'll ever do
One is the loneliest number that you'll ever know
("One", de Harry Nilsson, cantada por Aimee Mann)
Now that I've met you
Would you object to
Never seeing each other again
'Cause I can't afford to
Climb abord you
No one's got that much ego to spend
("Deathly", de Aimee Mann)
***
A trilha dos meus dias tem sido Magnolia, do filme de mesmo nome (e igualmente bom). Principalmente as músicas cantadas pela Aimee Mann. Esses dois trechos sao só pra dar um gostinho, vale muito a pena baixar e procurar as letras dela.
E eu não abandonei o blog, em breve vou postar mais escritos meus aqui.
Ah, e o blogger novo não reconhece o til e outros sinais gráficos, mas pelo menos meus arquivos de 2002 voltaram.
~ quinta-feira, junho 12, 2003
Um segredo
Quantas cartas eu poderia, ainda, te escrever. Tanto o que eu gostaria de contar - não acabaria nunca. Se pudesse, eu te diria tudo o que aconteceu na minha vida até aqui. Eu mudei, e você até imagina, mas não sabe o quanto nem em quê.
Queria te falar sobre todas essas coisas e tantas outras que eu lembraria sem parar pra pensar, distraída, andando por aí. Cada momento não dividido é um momento abortado, existente só num mundo imaginário, o mundo das coisas como eu gostaria que elas pudessem ser. Nesse mundo, nada precisa ter sentido nem coerência, e não existe passado nem futuro: é tudo uma coisa só, presente.
Então eu cantaria pra você a última música que me fez lembrar de nós dois, e choraria um pouquinho, apesar de não ser mais de chorar, porque você foi quem eu escolhi um dia pra contar os segredos que me deixavam com vergonha até de pensar, então me ver chorar mais uma vez por alguma coisa assim à-toa não iria assustar logo você.
Talvez você sentisse ciúme do que se passou nesse tempo; eu também sentiria de você. Mas tentaria entender, porque afinal todas as histórias que aconteceram a cada um serviram como algum aprendizado, e nos trouxeram de maneira tortuosa ao caminho que não sabíamos ainda seguir. E daí se nesse tempo eu conheci algumas pessoas, e se me apaixonei por elas, e você por outras? É bom se apaixonar, você um dia também se apaixonou por mim, lembra? O frio na barriga, o coração apressado, às vezes apertado, é como se fosse uma doença boa - mesmo quando dá errado, mesmo quando dói. Pelo menos nos faz nos sentirmos vivos.
Se eu pudesse, te olharia nos olhos e desejaria que fosse você muito feliz, e você saberia que é verdade. Então eu te abraçaria, e te confessaria que me apaixonei por algumas pessoas, mas amar mesmo, até hoje eu só amei você.
~ sexta-feira, junho 06, 2003
Se você ou alguém me perguntasse se eu te odeio, eu diria: não. Não acredito em ódio, pra mim é mais uma forma de paixão, uma forma que eu não quero. É coisa de quem tem medo de amar, e eu não deixo o medo me dominar. Não que eu nunca sinta medo: eu sinto, muito, o tempo todo. Mas não deixo ele me paralisar nem me deixar ressentida.
O que eu sinto, às vezes, é saudade. Mas isso não quer dizer que eu te queira aqui. Eu não quero. Eu quero aquele que me fez sorrir, que me olhava como se eu fosse especial (e eu era), que não precisava falar que estava feliz. E ele não existe mais.
~ segunda-feira, junho 02, 2003
Fechei os olhos
e vi você dançando
como se fosse
quando nos conhecemos.
Depois te procurei
por entre olhares e sorrisos
mas não encontrei:
o jeito é você voltar...
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