~ quarta-feira, dezembro 29, 2004
eu te vi
e cheguei
pra falar:
– Certinho?
~ quarta-feira, dezembro 22, 2004
Caridade
Se os 50 leitores do blog fizessem uma vaquinha e dessem R$2 cada, dava pra comprar uma das caixas de DVDs do Seinfeld que acabaram de sair no Brasil. Uma tem a primeira e a segunda temporada, e a outra a terceira. Interessados em fazer essa enorme caridade, favor entrar em contato pelo formulário ao lado =)
~ terça-feira, dezembro 21, 2004
Dois meninos rodopiam nas hastes do metrô. Se divertem, alheios às caras mal-humoradas em volta. Uma jovem tem o olhar longe, de tristeza ou cansaço. Imagino uma história pra ela. Lembro da minha infância. "Essa menina vive no mundo da lua", diziam. Hoje isso tem outro nome: transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. Resolve com remédio. O remédio também cura a dor em corações cardíacos e abandonados.
Só não dá jeito na mania de sonhar: dizer "romântica incurável" é pleonasmo.
~ segunda-feira, dezembro 20, 2004
O amor é lindo II
Mulher que é mulher tem estria.
O amor é lindo I
Essa tua cicatriz na sobrancelha é um charme.
~ sexta-feira, dezembro 03, 2004
Se dizia cético demais
pra acreditar nessas coisas
e dava as costas ao que parecia ser
inevitável
procurava entre braços e pernas
– seguidamente, avidamente –
alguém que o levasse à lua
Não sabia ele
que a lua
era eu
~ quinta-feira, dezembro 02, 2004
Tinha feito um texto grandinho e o blogger deu erro. Droga! Refiz, mas não consegui lembrar de tudo. De qualquer forma, é o texto que eu tinha prometido pra Liv no aniversário dela.
Algumas pessoas rasgam fotos e jogam emails fora. Pra que guardar?, você me diz. Nós somos diferentes, e é por sermos diferentes que um dia nosso caminho se tornou dois, o meu e o seu. Por sermos parecidos um dia fomos pessoas que falavam frases iguais ao mesmo tempo e tinham muitos sorrisos e vontades.
Objetos em cima da estante com o tempo se tornam parte da estante, até que quase não sejam notados; o mesmo não acontece com as lembranças entranhadas na paisagem ou coisas bobas como o barulho do relógio quando dá cinco, seis ou qualquer hora exata, ou quando a hora e os minutos dão múltiplos de onze. Tentar apagar as lembranças seria inútil: precisaria apagar o mundo. E o mundo é bonito, com a paisagem cinzenta em dias nublados ou o sol que estoura a retina em dias quentes, nos dando a ilusão de que somos todos felizes e é fácil se perder em detalhes. Mas não é possível prestar atenção em nada quando se espera um telefonema ou um sorriso (que alívio!) no teatro cheio no intervalo do balé.
Todas essas coisas caberiam no buraco do peito: imenso.
Sem o amor, uma boa música é só uma boa música. O restaurante preferido é apenas um bom restaurante. Um homem interessante é apenas um homem interessante. Até que já não é só isso... E assim começam e recomeçam os amores.
|