Dois meninos rodopiam nas hastes do metrô. Se divertem, alheios às caras mal-humoradas em volta. Uma jovem tem o olhar longe, de tristeza ou cansaço. Imagino uma história pra ela. Lembro da minha infância. "Essa menina vive no mundo da lua", diziam. Hoje isso tem outro nome: transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. Resolve com remédio. O remédio também cura a dor em corações cardíacos e abandonados.
Só não dá jeito na mania de sonhar: dizer "romântica incurável" é pleonasmo.