Tinha feito um texto grandinho e o blogger deu erro. Droga! Refiz, mas não consegui lembrar de tudo. De qualquer forma, é o texto que eu tinha prometido pra Liv no aniversário dela.
Algumas pessoas rasgam fotos e jogam emails fora. Pra que guardar?, você me diz. Nós somos diferentes, e é por sermos diferentes que um dia nosso caminho se tornou dois, o meu e o seu. Por sermos parecidos um dia fomos pessoas que falavam frases iguais ao mesmo tempo e tinham muitos sorrisos e vontades.
Objetos em cima da estante com o tempo se tornam parte da estante, até que quase não sejam notados; o mesmo não acontece com as lembranças entranhadas na paisagem ou coisas bobas como o barulho do relógio quando dá cinco, seis ou qualquer hora exata, ou quando a hora e os minutos dão múltiplos de onze. Tentar apagar as lembranças seria inútil: precisaria apagar o mundo. E o mundo é bonito, com a paisagem cinzenta em dias nublados ou o sol que estoura a retina em dias quentes, nos dando a ilusão de que somos todos felizes e é fácil se perder em detalhes. Mas não é possível prestar atenção em nada quando se espera um telefonema ou um sorriso (que alívio!) no teatro cheio no intervalo do balé.
Todas essas coisas caberiam no buraco do peito: imenso.
Sem o amor, uma boa música é só uma boa música. O restaurante preferido é apenas um bom restaurante. Um homem interessante é apenas um homem interessante. Até que já não é só isso... E assim começam e recomeçam os amores.