Quando o vi pela primeira vez, ele dançava
Quando o vi pela primeira vez, ele dançava. Entre tantos rostos possíveis naquela noite, avistei o dele. Até então, eu não imaginava que os dias com ele seriam inteiramente preenchidos pela presença dele, estivesse ele ao meu lado ao não. Sequer desconfiava de que riríamos juntos até a barriga doer, assim como nos emocionaríamos com coisas que às vezes só nós dois parecíamos notar. Que a presença dele seria o suficiente para transformar um dia na minha vida em uma sucessão de emoções, daquelas de tirar o fôlego. Que seria ele meu melhor companheiro de viagem - desde as pelos quatro cantos do planeta até essa louca e absolutamente imprevisível viagem que é a vida. Que, sim, muitas vezes nos desentenderíamos, mas só de imaginar a possibilidade de ficarmos separados já causaria uma tristeza tão grande que eu faria de tudo pra espantar essa ideia para muito longe. Que, ao lado dele, a minha consciência de que somos apenas uma gota de chuva na imensidão do universo se transformaria na esperança de que talvez eu seja não uma gota que se perde, e sim a que ajuda a encher um oceano. Que todos os problemas de um dia difícil se dissolveriam em um sorriso dele. Naquela noite, eu apenas dei a mão a ele, para, juntos, continuarmos aquela dança. Que a música jamais pare.