Sofro com o coração. E o estômago. Não consegui comer, nem chorar. Talvez fosse bom. Quis repousar, mas o mundo como o fazemos tem infinitas obrigações. Manter a calma e me concentrar. Quase impossível, mas o impossível não pode. As obrigações. A felicidade é uma escolha, eu mesmo disse ontem a um amigo. Repeti isso pra mim mesmo: olha a vida como é boa. E isso é a mais pura verdade. Mas de que adianta saber quando o que há é um embrulho no estômago?
De tão boa, a vida, encontra um jeito de salvar quem merece. Pousei meus olhos no olhar dela, e então ela sorriu como ontem, como há muito tempo, como sempre. Quando ninguém olhava, me sussurou: "Gostou da declaração de amor pública?" Ela sabe que sim, mas precisa ouvir. E eu dou a ela o que ela espera de mim: nem mais, nem menos. Como também sabe que eu às vezes tenho ciúme, às vezes me sinto sozinho, mas basta um sorriso dela pra que eu esqueça e tudo seja como ontem, como há muito tempo, como sempre. Como nós merecemos.