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~ quarta-feira, janeiro 26, 2005
 
AJUDA PARA A APAE

Depois da última enchente, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais
(APAE) de Nova Friburgo (RJ) foi destruída. As 400 crianças, adolescentes e
adultos de lá precisam com urgência de material de limpeza, móveis, material
escolar, livros e material de escritório. A APAE fica na rua Ventura
Spargolli, s/n, Conselheiro Paulino, CEP 28635-000, Nova Friburgo, RJ.
Telefone: (22) 2522-7158. Para quem preferir doar dinheiro: Banco do Brasil, agência
335-2, conta corrente 010004713-0.
~ quinta-feira, janeiro 20, 2005
 
Falava sobre estrelas
do mar,
tinha olhos que refletiam
nuvens e platéias,
sorriso de menino,
vivia amores distantes,
paradoxos platônicos e carnais,
me sussurrava sonhos
desejava cheiros
recordava beijos
e me admitia
segredos:
assim foi o seu jeito de me amar
por uns instantes.
~ quinta-feira, janeiro 13, 2005
 
Dis-moi comment

Ah, si nous ne savons plus quelle heure il est
Si c'est mardi, si c'est le mois de mai
Alors dis-moi comment je dois partir

Si pour t'approcher
J'ai parcouru des routes dérobées
Les ponts derrière moi je les ai tous coupés
Où désormais pourrai-je revenir

Si nous, dans le ballet de nos nuits éternelles
Avons mêlé nos jambes, dis-moi quelles
Seront les jambes qu'iront me conduire

Si c'est dans ma peau que tu prends ta chaleur
Si dans le charivari de ton coeur
Mon sang s'est égaré, trompé de veine

Si dans le désordre de ta garde-robe
Voilà ma veste qui embrasse ta robe
Et mes chaussures qui se posent sur les tiennes

Si on ne connaît pas le mot de la fin
Si dans mes mains je garde encore tes seins
Avec quel masque puis-je m'en sortir

Non, tu ne peux pas rester là, l'air de rien
Je t'ai donné mes yeux, tu le sais bien
Alors dis-moi comment je dois partir

(Chico Buarque)
~ segunda-feira, janeiro 03, 2005
 
Tempestade

Todo o tempo em que você esteve aqui, era como se fosse uma eterna viagem a passeio. Fica fácil quando o cenário é o Rio de Janeiro, e eu procurei mostrar a você meus pequenos tesouros particulares. Da lista, faltaram dois ou três lugares: não deu tempo. Também, pra que pressa quando se tinha todo o tempo do mundo?

A cidade continua linda. Docemente melancólica e em tons de cinza com a chuva, esplendorosa com o sol do quase-verão. Vejo os chineses no balé num palco montado na praia, de frente para o Pão-de-Açúcar, e penso: quando na vida eles se apresentaram num lugar tão bonito? Outro dia ainda aproveitei um resto de tarde. Ventava muito e eu não entrei no mar, só molhei os pés, pra agradecer as boas-novas. Juntos pisamos a areia uma única vez, no dia de promessas e comemorações. "Nunca mais vou te fazer sofrer", ecoou entre um abraço e os fogos de artifício. (O que se sabe é que o nunca, como o sempre, é sempre por um triz.) Nas outras vezes, só contemplação, ao longe. "Não gosto da areia", repetia.

Você, que ama e não ama a cidade onde o céu é cinza, que gosta de implicar com sotaque e expressões que agora também são sinistramente seus, você muito bem sabe que às vezes o azul e todos os outros tons tão fortes da cidade iluminada invadem a retina de um jeito que parece até que vão cegar. Mas uma cegueira boa, apesar de egoísta: como se nenhum lugar conseguisse ser tão casa quanto este. Ou pelo menos nenhum além de ruas tranqüilas com lojinhas com nome de vila e de irmã, e padarias que enchem olhos e corações de crianças, ainda que elas que sejam crescidas e que um dia tenham cantado bêbadas sobre um disco da banda preferida num antigo apartamento no Flamengo.

O carro estacionado ao lado do prédio onde fica esse antigo apartamento, onde já nem moram as mesmas pessoas e o gato que tem nome italiano, traz à tona outras lembranças, tão antigas quanto o tempo em que o que se conhecia era pouco mas já havia uma estranha certeza que tentávamos negar. Nada é por acaso? O tempo é outro, o apartamento tem novos donos, a cidade já não é a cidade onde morarão dois que um dia foram pessoas que falavam coisas iguais ao mesmo tempo. A foto com um coração também não é a mesma: o coração foi cortado fora, e tudo faz sentido, já não há outra coisa senão cabeças e pele. Disso não sabiam os que um dia quiseram enfrentar o mundo simplesmente porque era bom demais ser dois e não um. Porque já não tinha como ser outro que não aquele abraço. Porque descobriram que o amor podia ser mais do que pensavam.

As duas cidades agora são apenas duas cidades, como antes de serem algo mais. Não misturam sotaques, não defendem-se e atacam-se carinhosamente, como uma mãe que puxa a orelha do filho: distanciam-se, apenas. Existem em universos paralelos, intocáveis. A noite volta a ser barulhenta, cheia de pessoas, umas conhecidas, outras nem tanto, tantas a conhecer. Noutro tempo foi cansativa, desnecessária, a não ser pela estrela que um dia brilhou só pra eles e agora é só mais uma no meio de infinitas – já não poderia apontá-la. O disco de presente é apenas mais um disco embrulhado em plástico: na pilha, difícil seria diferenciar dos outros. As duas pessoas são apenas duas pessoas que vivem a uns tantos quilômetros uma da outra; outros tantos de si mesmas.
 
songe à la douceur

 

Lay-out por Davi Ferreira