Eu pude ver toda a calma que se esconde sob a luz pálida da manhã que atravessa a persiana. Pálida nesses dias de frio, mas por vezes invade a íris com fúria so maior que os postes de luz e o vozerio durante a noite. Fechei os olhos e fingi que o tempo não passava. Acordei e a calma ainda estava lá. Estendi a mão e encontrei outra. Por vezes, senti meus braços estreitos. O tempo mais ainda. Corri quando queria parar. Ficar um pouco mais. Sem fazer nada. Fechar os olhos e sentir o cheiro da calma. Abraçar a calma. Esconder como um segredo bem guardado. Não dizer nada, não fazer nada. Apenas ficar ali.