DJ Kamille strikes againO
Ricotta, amigo joselito* que invade as caixas postais do país afora com suas
histórias (pelo menos são engraçadas, vai) faz aniversário no dia 22 de junho e vai comemorar com uma festança no Teatro Odisséia, na Lapa.
Esta que vos escreve vai estar entre os DJs da noite. Yeah!
Quem quiser pagar mais barato, é só me mandar um
email até sexta agora pedindo pra entrar na lista amiga, a R$7. Se você tá pensando que quarta tem jogo, relaxa: vai ter um telão no local. Ou então você pode ir depois, comemorar ou chorar as mágoas.
Presta atenção:
RICOTTA'N'ROLLQuarta - 22 de junho
Com as bandas:
Carol Azevedo
Luisa Mandou Um Beijo
Nipshot
E, claro:
DJ KamilleR$10 até 21h
R$12 após
Teatro Odisséia
Rua Mem de Sá, 66 - Lapa
*Joselito, mas tenho várias amigas que disseram que pegavam. Tu também pegava, confessa.
Antes do sonoGostava de olhar estrelas e quis me dar palavras de luz, fragmentos de nossas conversas entrecortadas. Por vezes se confundia com o que jaz, subentendido, sob o tantas vezes dito por nós. Também eu me confundia, tão incoerente quanto.
Muitos os detalhes que me descrevia: o jeito de desviar o olhar que o deixou nervoso (e ficou mais tranqüilo quando soube que não era só com ele) e o modo de mexer as pernas que achou engraçado. Capturou pequenas impressões e quis dar sinais confusos, que acreditou serem os mais óbvios.
Nada óbvio, também, soube transpor a distância que não era tanta assim mas não era de se desprezar; umas boas horas levaria até chegar ao encontro de sorrisos e olhares desviados. Talvez se decepcionasse ao saber que não haveria muito além disso: no máximo um ou outro comentário extremamente franco e direto que eu deixasse escapar entre goles. Se despediu sem maiores dramas, depois de se dar conta de que éramos praticamente dois desconhecidos.
Parecia saber, como eu, que certas histórias devem permanecer irrealizadas.
OrgulhoMeu irmão mais novo, o
Breno, tem 24 anos e luta judô. Mais do que isso: o Breno é faixa-preta. O primeiro faixa-preta de judô com Síndrome de Down das Américas. Um dos seis únicos do mundo. O Breno treina de segunda a sexta, um treino superpesado, fora a musculação. Por isso mesmo, quando participou de sua primeira competição internacional, no ano passado (em Clacton, Inglaterra), deixou os organizadores impressionados com sua técnica e coordenação motora. Ele luta na categoria "good judoka", pra lutadores com 80 a 100% da capacidade motora. E venceu o torneio.
Desde Sidney, os deficientes mentais estão fora das Paraolimpíadas. Mas acontecem, todo ano, diversas competições importantes, dos mais diversos esportes, dedicadas a eles. Por ter ido tão bem em Clacton, o Breno incluiu o Brasil no calendário internacional de campeonatos de judô para deficientes mentais e passou a receber diversos convites. A primeira competição seria no fim de maio, em Bradley, Inglaterra. Infelizmente, ele não conseguiu patrocínio a tempo e não foi.
Outras estão previstas. De confirmado, uma novamente em Clacton, em setembro. Seguimos procurando patrocínio pra ele. Resolvi pedir a amigos e conhecidos pra me ajudarem a divulgar, seja por email, publicando em blog, o que for. Quem puder ajudar ou tiver alguma idéia, por favor entre em contato pelo
brenoviola@yahoo.com.br.
Só isso bastaria pra eu morrer de orgulho do Breno. Mas, além de tudo, ele é um cara muito legal. Provavelmente a pessoa mais legal que eu conheço. Dedicado, esforçado, persistente. Merece conquistar muito ainda.
Me rouba o sono
sem querer
Não vê as minhas lágrimas
– se apaixonar dói
Respeito sinais
– nem sempre os de trânsito