Qual foi o ponto exato em que o amor se perdeu? Em que instante o que era mágico se tornou banal, quem era única se tornou mais uma, quem ia explodir tornou-se vazio, outra vez? Onde foram parar todos os sonhos em comum nunca realizados? Talvez num limbo de desejos nunca alcançados, onde habite tudo aquilo que passou a ser de um lado só. O amor, quando resta só para um, é a coisa mais triste que existe. Tenta-se entender onde foi, pelo caminho, que tudo desandou. Quando deixaram de ser dois, mas não viraram um e um: de um dos lados, agora falta um pedaço, arrancado a fórceps, sem anestesia. Um abismo dentro do peito.