Depois de um longo silêncio, ele finalmente me disse:
– Durante todo esse tempo, cada rosto que eu quis tocar era seu. Cada beijo eu dei foi como se fosse em você. Sempre você.
Mas não era eu. Eu estive aqui, esperando, algum dia, uma palavra redentora que fosse, algo que traduzisse um olhar à beira da cumplicidade; esperando sabe-se lá o que vindo de você. Talvez que me desse a mão, algo bobo e aparentemente sem sentido para o mundo, mas não para nós dois.
Nós dois. Como eu esperei o dia em que essa expressão, dita por mim, voltasse a ter o significado de sempre. Você era uma espécie adorável de fantasma que não me deixava sozinha. Mas agora era tarde. Havia um mundo inteiro entre nós.
– Não era eu – respondi.