Hoje, dia 10, esse site completa 2 anos. Grandes coisas. Mas enfim, em homenagem à data, eu, que não ando escrevendo tanto quanto em outras épocas (mas olha
lá que tem o meu dedo), escrevi uma coisinha. Espero que gostem.
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Mar
Da esquina, entre os prédios e árvores, dá para ver um resto de praia. Eu paro um minuto, mas logo sigo em frente, desviando de poças, buracos na pedra portuguesa e velhinhas com cachorros. "Eu te amo", ainda ecoava dentro de mim. As coisas deveriam ser simples, mas quase nunca são. "Ama? Então prova", eu quis dizer; mas, ao invés disso, fiquei em silêncio – o que, no fim das contas, é a mesma coisa.
Preciso ir pra casa escrever, é o que eu penso. Uma ânsia, uma angústia. Escrever alivia a vontade de escrever e só; não alivia a vida. Mas não há muitas alternativas: viver dói. A única opção é não viver, e isso está fora de cogitação.
Então seguimos. Desviando de de poças, buracos na pedra portuguesa, velhinhas com cachorros, corações em dúvida, planos desfeitos. Ao menos há sempre um restinho de mar pra se olhar.