Injusto
Às vezes eu vejo ao longe o seu olhar. Finjo não notar. Às vezes acho que gostaria de sentir como você, como pra mim foi um dia, mas não consigo mais: parece que tudo foi sonho. As lembranças são esparsas, em flashes, restos em presentes e cartas que eu evito olhar.
Quando penso no amor que eu te dei e um dia tomei de volta, me sinto a pior das pessoas. Eu gostaria de te pedir desculpas por tudo o que eu deixei morrer, mas sei que de nada serviria. Eu te diria pra me odiar, mas isso também seria injusto, porque o ódio não é mais que uma forma de não esquecer – e eu, essa criatura tão má, não mereço mais que o seu desprezo.