Muito pouco
Eu seguro a respiração enquanto você deita sobre o meu peito porque não quero que você sinta o meu coração batendo rápido. Preciso me acalmar e isso não me deixa dormir. Você descansa com toda a calma do mundo.
Eu te amo e isso me faz mal. Estou nas suas mãos: não queria. Às vezes você me magoa com as palavras, e eu finjo que tudo bem. Às vezes magoa com os atos, e eu me esforço pra parecer que não me importo tanto. Mas a maior parte do tempo você me mata aos pouquinhos com a sua ausência, e acho que até gosta disso.
Você me tira a paz, estando ou não comigo. A sua simples existência me perturba. Eu te recebo sempre de braços abertos, e tenho raiva de mim mesma por isso. As coisas são do jeito que você quer, e o que você quer é muito pouco pra mim. Por isso eu sofro.
Às vezes acho que gostaria de saber como te esquecer, ou como não me importar. Mas na verdade eu queria mesmo é que você visse o quanto eu sou especial e viesse correndo pros meus braços. Você, que, afinal, nem é tudo isso. Que diz que volta logo e demora muito. Sempre.