Esse funk é tarja preta, remédio forte
Essa foto do post anterior é do
Wado no show da
Loud, no último dia 12. O
Fred que tirou. Quem lê esse blog deve ter imaginado que a minha expectativa pro show era grande. Até porque os dois que eu tinha visto, apesar de muito bons, não tinham sido os ideais: só Wado e Alvinho no violão, num bar de um shopping. Quer dizer, a Loud também não tem condições perfeitas (o som tem problemas), mas é um dos melhores lugares pros artistas independentes se apresentarem no Rio.
O show começou bem vazio. Mas conforme a banda foi tocando, foi juntando mais gente. O próprio Wado comentou que eles estavam se preparando pra tocar pra si mesmos, mas que estavam felizes pelo público ter chegado. A primeira fila do cinema dançou o show inteiro. Alguns, como eu (hehehe),
Ciça,
Fred e
Matias (que me apresentou o primeiro disco do Wado), cantaram, também.
O que me deixou chateada foi que a Loud tava vazia. Tudo bem que 18 reais é meio caro, mas comprando antecipado o ingresso custa 12 e, pôxa, vale a pena ver show e ainda circular pelas pistas (ou escolher uma e ficar só nela, enfim). Eu acho engraçado é que as pessoas volta e meia reclamam que não tem nada novo na música, ou que o que toca nas rádios é sempre o mesmo, coisas do tipo. Mas na hora em que aparece algo novo, quem vai no show?
Eu acho muito legal a iniciativa do pessoal da Loud de trazer vários shows pro Rio no risco, alguns até já sabendo que não vai ter muito público – e eu não sou amiga deles nem ganho nada pra dizer isso. Quer dizer: ganho, sim. A oportunidade de ver vários shows que outros produtores não trouxeram nem trariam pra cá. Mas seria bem legal se o pessoal da Loud não precisasse estar se arriscando a levar prejuízo, que as pessoas se interessassem pelos artistas menos conhecidos que tocam lá.
E o show do Wado foi um dos melhores de todos os que eu vi na Loud – e olha que eu sou figurinha fácil de lá. O Wado tem uma ótima presença de palco e o show fica absurdamente dançante com baixo e bateria e os dois violões amplificados.
Mais uma vez acompanhado de Alvinho, e contando com os paulistas André Corradi (baixo) e Thiago Nistal, a banda que o acompanha nos shows no Sudeste, Wado fez uma apresentação com repertório não muito diferente dos shows que eu já tinha visto, baseada nos discos
Manifesto da arte periférica, de 2000, e
Cinema auditivo, recém-saído do forno (o show na Loud era o lançamento do cd no Rio). Faltou "A coisa mais linda do mundo", do primeiro disco, pedida por parte do público. É que eles não tinham ensaiado – o que se entende, quando a gente lembra que metade da banda está em São Paulo e a outra metade em Maceió. E, no fim, nem fez muita falta, de tão lindo que o show foi.
Aproveitem, paulistas, que dia 23 (quarta que vem) ele toca no Blen Blen.