Tem a música alta, as luzes e essas pessoas bonitas pra onde eu olho. E também as bebidas, e as comidas. Mas isso não é nada. Nem isso, nem os livros, nem mesmo os discos. Tem também os homens, e eles são bonitos ou feios, às vezes cultos e quase sempre inteligentes. Alguns me fizeram sofrer por descaso. Outros se esforçaram pra isso. Outros me fizeram o mais feliz que podiam. E tem também os que eu fiz sofrer. Mas os homens também não importam.
Um elogio ao meu brinco novo. O olhar quando me pede pra ficar mais um dia. A raiva do último que me magoou. Um telefonema num dia triste. As piadas. A confiança de contar um segredo. Dizer que está com saudade. Sentir falta de conversar, ou de simplesmente estar junto. Telefonar pra combinar de fazer alguma coisa, mesmo sem saber o quê. Avisar dos perigos e, mesmo quando eu insistir, não dizer nada, apenas consolar.
É isso que importa: saber que não interessa quantas vezes eu tropece, vocês vão estar sempre ali, tentando impedir que eu caia no chão. E, quando cair, vão me oferecer as mãos pra levantar antes mesmo que eu pense em pedir. Vão me fazer rir quando eu estiver triste, ou pelo menos tentar, e contar comigo quando vocês estiverem tristes.
A minha vida está um pouco mais doce e é por causa de vocês.