Me mandou a caixa com fotos, cartas e cartões. A caixa que eu dei, os cartões e cartas que eu dei, as fotos em que aparece ao meu lado e uma mecha do meu cabelo. Como se quisesse jogar na cara todas as promessas de amor que eu tinha feito. Como se quisesse me cobrar todos os planos desfeitos. Como se não fosse verdade tudo o que eu te dizia sentir.
Eu soube que você disse que eu mudei. Que não gostava mais de mim porque eu não era sombra do que fui um dia. Mas quer saber? Eu continuo a mesma. Algum tempo se passou, muito aconteceu, mas eu sou aquela mesma que te escrevia cartas apaixonadas, te dedicava músicas e te dizia que você era o amor da vida. O amor acabou, mas não porque eu mudei. A vida tem dessas coisas, e pode ter certeza que não foi só você que sofreu.
Talvez você finalmente tenha me visto como eu sou, e não como você gostaria que eu fosse. Será que você não percebe que em cada carta não escrita, em cada presente dado, cada ato de romantismo negado, você queria que eu me transnformasse no seu sonho? Mas eu não podia. Eu sou humana, tenho inúmeros defeitos. Mas, acima de tudo, eu não sou você. E você devia entender isso.