Mais simples
Álcool e máscaras, você procura sua mãe entre pernas e colos que aceita para só depois hesitar. Cruel, coleciona histórias e descarta pessoas enquanto, doce, chora por Mônicas e Carolinas. Cuidado comigo, eu não presto, me diz, eu também um pouco essa mãe que você tanto busca. Você não presta mas é sempre bom encontrar suas palavras quando eu sou dúvidas e medos.
Como podemos ser ao mesmo tempo tão parecidos e tão diferentes? Somos, os dois, conflitos. Você diz que eu sou pureza e niilismo, mas e você? O que se esconde entre hormônios, razão, drogas, livros, risos, música, empáfia, talento, desprezo? O que te tira o sono?
As pessoas só vêem o personagem, e é por isso que eu te defendo. Seria fácil se você fosse só ele, tão previsível, mas você é também insegurança e culpa. O colo que você procura acha um pouco nas minhas palavras amigas que te redimem. Nós, confusão, buscando coragem e consolo nas palavras um do outro.
E é o tempo todo palavras e ações, em seqüência, nem aqui nem aí existe espaço para o silêncio em nossas vidas e cabeças medrosas que tudo querem racionalizar. Muito melhores que eles todos (tão medíocres), nós sabemos exatamente o que está acontecendo e o que gostaríamos que fosse. Seria perfeito se não fossem os outros.
No meio de tantos pensamentos, estamos eu, você, personagens de um folhetim ridículo. Tão bons quanto perdidos. Eu trocaria tudo isso por um pouco de paz, e você?